Independentes, chefes de família e mais velhas, as mães de hoje apresentam um perfil muito diferente das mães de 40 anos atrás.
A nova mãe
As tendências inauguradas nos anos 60 continuam a vigorar na sociedade de hoje de forma cada vez mais acentuada. A última Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), de 2008, do Ministério da Saúde, valeu-se da análise de 15 mil mulheres e 5 mil crianças para mostrar as condições dessas camadas da população. Com base em algumas conclusões da pesquisa e de dados recentes do IBGE, é possível traçar o perfil da mãe brasileira.
- 76% das mulheres trabalham fora;
- A taxa de fecundidade está em torno de 1,8 filho por mulher;
- A faixa etária dos 25 a 35 anos é a que tem mais filhos;
- 56% das mulheres são chefes da casa. Sendo que desses lares, 52,9% são do tipo monoparental, ou seja, há somente mãe e filho (s).
A mãe moderna
Os itens listados estão intimamente relacionados e explicam o comportamento da mãe brasileira nos dias de hoje. Com a saída da mulher para o mercado de trabalho, a decisão de ter um filho passa a ser postergada em prol da realização profissional.
"Eu tive filho com 29 anos, porque tinha me formado há pouco tempo e queria primeiro garantir um emprego bom. Quando veio a estabilidade, mudei para uma casa melhor, comprei um carro e só depois comecei a pensar em filho. Nunca conseguiria largar tudo para ser mãe. Não me sentiria realizada sendo mãe em tempo integral", conta a jornalista Cristiane Bonfim, 33 anos, de Fortaleza.
As mulheres chefes de família vêm aumentando a cada ano, mas a tendência maior são para lares monoparentais, onde o filho vive somente com a mãe. "Hoje no Brasil o número de mulheres que são as únicas responsáveis pelo filho é de 14 a 16%. Espera-se que esse número aumente e chegue próximos dos 25%, como os países como Alemanha e França", comenta a psicóloga Maria Luisa.
O aumento no número de creches e de babás sinaliza a diminuição no tempo de convivência da mãe contemporânea com o filho, o que não significa que elas deixaram de cumprir o papel fundamental de instrução e educação da criança, como indica Maria Luísa. "As mulheres são fantásticas. Se antigamente elas cuidavam da casa e da educação dos filhos, hoje elas continuam cuidando disso, além das demais funções que desempenham fora de casa", conta a psicóloga.
Essas novas características da mãe brasileira não impediram que elas deixassem de lado o afeto materno e o amor incondicional pelos filhos. Se a carreira profissional agora é uma barreira para a chegada do bebê, a partir do momento em que ele chega, as mulheres se sentem mais completas e realizadas. "Ser mãe é um desafio diário. Me faz crescer muito. Não tem nada melhor do que ajudar um filho a se desenvolver e você acaba aprendendo muito. É muito gostoso", conta Cristiane Bonfim.
A psicóloga Maria Luisa acredita que, principalmente na nossa sociedade, ser mulher é quase indissociável de ser mãe. "Além da cobrança (por parte dos parentes e dos amigos) para que ela tenha filho, a mulher, tradicionalmente, em algum momento de sua vida se depara com a possibilidade de ser mãe, ainda que ela opte por não ser. É da natureza da mulher", explica a especialista. fonte: minhavida.com.br
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