Para as mães do Japão e do mundo, um poema para emocionar.
De Carlos Drumond de Andrade
Para sempre
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Carlos Drumond de Andrade
para ouvir o poema na própria voz do autor clique na imagem ao lado
(produzido por www.memoriaviva.com.br)
1 comentários:
Mãe é tudo, sem ela é vazio. Drumond sempre surpreendente nas suas poesias.
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